domingo, 17 de outubro de 2010

um crime na biblioteca

Este post é sobre último jantarinho cultural e é da autoria da minha amiga PM, que pela primeira vez colabora directamente para o blog. Uma honra portanto.

Se se recordam, pela primeira vez o almoçinho virou jantarinho e a proposta era esta:

Logo para começar, Lisboa estava connosco! Tudo em sintonia! Imensa gente pelas ruas, eventos desportivos, estudantes, exposições... todo o Chiado a fervilhar de actividade nocturna e ainda eram só 20.30h... Nesta excelente disposição dirigimo-nos para o Largo de Camões, onde sentados na base da estátua tomámos a mais brilhante decisão da noite! Estava inaugurado o ínicio dos jantarinhos culturais!!!!! Imprescindível....


Descobrimos então o nº17 do Largo do Calhariz onde se localiza a Biblioteca Municipal Camões. Edifício de traça antiga, com os tectos do hall em madeira esculpida em elaborados desenhos.



Duas estátuas femininas absolutamente clássicas amparavam lâmpadas de uma soft luz que nos encaminhou para a escadaria. No chão dos patamares, já desenhadas as pegadas a negro, faziam adivinhar um clima misterioso…


Chegados lá, fomos encaminhados para a exposição dedicada ao tema “Cena criminal em laboratório”.





Nos corredores entre as salas estavam expostos vários placards com reproduções de antigas capas de romances policiais dos mais famosos autores. Giríssimo, muito comentámos os fantásticos títulos, tipo “O homem da mão decepada” de Conan Doyle e “O caso das garras de veludo” de Erle Stanley Gardner…








Já a sala dedicada à exposição propriamente dita estava repleta de posters que revestiam todas as paredes com explicações muito técnicas sobre cada área de investigação… balística, incêndios e explosões, lofoscopia (ciência que se dedica ao estudo e recolha das impressões digitais), moeda falsa, técnicas laboratoriais de análise dos vestígios biológicos, sangue, saliva, sémen…entre outras.








Pouco depois das 22.00h soou a chamada de reunião para iniciarmos a nossa noite de investigação criminal… verificámos ser cerca de 30 participantes e fomos apresentados ao supervisor desta actividade, Carlos Ademar, escritor de romances policiais e Inspector da Polícia Judiciária, vulgo PJ, que num tom coloquial e simpático nos contou sumariamente o seu percurso naquela instituição.


Foi pedido aos presentes que se agrupassem em grupos de 5 elementos. O nosso grupo, o “C”, era constituído por nós os dois que fizemos equipa com a Cristina e Luís (mãe e filho com cerca de 16-17 anos) e pela jovem e entusiasta Catarina (18-20 anos).

Distribuíram a cada grupo um conjunto de três folhas contendo os testemunhos dos inquiridos após a descoberta do “Crime na Biblioteca” que seriam as nossas pistas para tentar deslindar o sucedido após termos visitado a cena do crime.


A cena do Crime.


Cada grupo entrou na sua vez na sala da Biblioteca e aí pode observar a cena do crime. Foi-nos aconselhado bastante cuidado com potenciais vestígios que poderiam estar espalhados por toda a sala… De imediato todas as atenções se centraram no corpo deitado de bruços no chão em frente à lareira que ocupava o centro da parede em frente à porta por onde entrámos na biblioteca. Apresentava formas femininas, vestia uma bata cinzenta escura, tinha um fio eléctrico à volta do pescoço e uma jarra de metal, semi-oculta debaixo do seu braço direito. Uma análise mais detalhada permitiu verificar que havia manchas de líquido vermelho, supostamente sangue, na base da jarra e no pulso e punho da bata da vítima. Vários livros policiais espalhados no chão rodeavam o lado direito do corpo. A janela do lado esquerdo da lareira estava aberta, notando-se de imediato que uma das partes da janela estava bloqueada com um martelo atado a uma corda grossa que pendia para o exterior.


Ainda no soalho da biblioteca verificámos existir um rasto de pingos de “sangue” desde a posição da vítima até à porta por onde entrámos. Também foi descoberta uma beata no chão e soubemos que a PM estava a pisar uma prova enquanto examinava o cadáver… uma pastilha elástica…. Por cima da lareira uma série de livros tombados…





Terminado tempo disponível para o exame da cena do crime passaram-nos a uma sala de leitura onde os vários grupos discutiram as impressões recolhidas e analisaram os textos recolhidos dos testemunhos sobre o homicídio da Berta Maria, empregada da limpeza, proferidos pela gerente da biblioteca, Joana Mocho, do bibliotecário Luís Machado, do funcionário despedido Bernardo e do Sr. Alípio, proprietário do edifício.

Impossível contar-os tudo o que envolvia a cena do crime, mas o objectivo do assassino era roubar um exemplar raríssimo dos "Lusíadas" que se encontrava numa caixa climatizada na biblioteca. Mas o assassino foi surpreendido pela empregada da limpeza e teve que a matar.



O nosso grupo apostou numa teoria de dois assassinos e falhou. O assassino tinha sido mesmo o bibliotecário Luís. E a lição a tirar era esta: no momento ele era o suspeito, mas só as provas forenses, ou seja a análise das provas feitas de forma científica, poderia confirmar as suspeitas ou não.

Foi giro e divertido. E depois fomos até à "Bicaense" beber um copo. Precisamos de mais noites destas :)

1 comentário:

  1. Apresento desde já o meu pedido de desculpa em tardar tanto a comentar este fabuloso post sobre o "Crime na biblioteca". Com toda a franqueza não me tinha apercebido que o pedido para escrever sobre esta nossa actividade seria usado praticamente na integra na construção do post!!!!... Sinto-me muito honrada com tal distinção! A edição está magnífica com as fotos a ilustrarem bem o ambiente que se viveu naquela noite... Muito divertida e diferente, como aliás são sempre os momentos passados com tal companhia! Parabéns e espero que os restantes leitores possam também vislumbrar um pouco da nossa "férie"... Beijos

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